Dentre todas

Dentre todas, és tu
A que eu nunca vi.
Dentre as mais puras
Foste tu quem nunca ouvi,

Que com palavras mudas
E gestos não visíveis
Prendeste-me na cela aberta,
Desprovida de qualquer prisão.

Não é aço nem ferro
O que me prende.
Tão menos é visível
Este elo...

Mas foste tu que em pureza
E coração ardente,
Foste tu que sem querer,
Sendo tu mesma,

Acionastes o dispositivo velho
Dentro de meu coração enferrujado
Que agora em tom bem delicado
Ruge junto as engrenagens de minh’alma,
Partindo da inércia ao movimento.

E agora como em puro encanto
Acordaste-me o sentimento,
Portanto, escolhas se aceita ou não
Esse amor que desperta aos poucos,
Por teu ser, em meu coração.

Cross Walker